Capítulo 40
Estratégias de Neuromodulação na Prevenção do Comportamento Suicida

Etimologicamente, a palavra suicídio deriva do latim (sui = si mesmo e caedes = ação de matar). É possível que a palavra tenha sido inaugurada na obra Religio Medici, de Thomas Browne, publicada em meados do século XVII.1
Considerado grave e importante problema de saúde pública, o suicídio responde por mais de 800 000 mortes por ano, em todo o mundo. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), morre um indivíduo a cada 40 segundos, por suicídio. 2
O comportamento suicida envolve a ideação de morte (desejo de estar morto), a ideação suicida (pensamentos sobre a própria morte), planos de suicídio (planejamento de autolesão que pode resultar na própria morte), tentativas de suicídio (atos que visam a própria morte) e suicídio (toda morte que decorre de atos auto infligidos com esse objetivo).
Tratar pacientes que apresentam comportamento suicida, especialmente os portadores de transtornos do humor e esquizofrenia, é um desafio para todos os profissionais da saúde mental. A Eletroconvulsoterapia (ECT) tem se mostrado superior aos medicamentos em resultados rápidos e alta taxa de resposta, como principal estratégia de enfrentamento do problema.

Eletroconvulsoterapia (ECT)

Definição:
Consiste na indução de crises convulsivas através da passagem de corrente elétrica pelo cérebro, com fins terapêuticos. 3 A descarga elétrica promove uma cascata de modificações envolvendo todo o organismo do paciente. A supressão elétrica pós-ictal parece ser a base de todo o tratamento.
Considerada técnica minimamente invasiva, deve ser precedida por avaliação clínico cardiológica através de exame físico, eletrocardiograma (ECG), exames laboratoriais e investigação que for considerada procedente de acordo com a história, idade e sintomatologia apresentada. O ECG é um exame simples, mas constitui-se em importante instrumento diagnóstico, permitindo a intervenção rápida, com correção das arritmias cardíacas frequentes durante a ECT.
Está classificada pela Associação Médica Brasileira (AMB) como Procedimento Ambulatorial de Porte 3C e está regulamentada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), conforme Resolução CFM número 2057 / 2013.

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